...

O capitão Sérgio Macaco que evitou atentado com 10 mil mortes na ditadura: “plano diabólico”

Compartilhe
Facebook
Twitter
Email
LinkedIn
WhatsApp
Telegram

“Não, não concordo. E, enquanto eu estiver vivo, isso não acontecerá”: estas teriam sido as frases ditas pelo capitão-paraquedista Sérgio Ribeiro Miranda de Carvalho, conhecido como Sérgio Macaco, a seu superior, o brigadeiro João Paulo Burnier em 12 de junho de 1968. Na mesa de Burnier estava um ousado plano que deixaria pelo menos 10 mil mortos no Rio: e a culpa seria atribuída “aos comunistas”. Nos últimos 06 (seis) meses voltei a reler livros que contam a verdade sobre a Ditadura Militar, regime autor de dezenas de mortos acusados de serem “supostos comunistas”: pecha ridícula que inventaram para atender aos interesses da CIA americana, que ajudou a massacrar cidadãos brasileiros e levá-los ao porões da Ditadura Militar. Na verdade, a Ditadura Militar deixou o Brasil sucateado, com uma inflação de 87% ao ano. E tem gente que chama Delfim Neto de gênio!
Conforme denunciou o capitão – e inquéritos posteriores confirmaram -, o brigadeiro queria que o esquadrão paraquedista de resgate Para-Sar organizasse 01 (uma) série de atentados. Carvalho comandava esse grupo.

Burnier previa explosão de bombas em alvos específicos como lojas, agências bancárias e a sede da embaixada americana e tinha uma lista de 40 personalidades de oposição que deveriam ser sequestradas e lançadas, de avião, no meio do oceano – entre os nomes, o cardeal Dom Hélder Câmara, o ex-presidente Juscelino Kubitschek e o ex-governador da Guanabara, Carlos Lacerda. Por fim, o plano ainda incluía a explosão do hoje desativado Gasômetro do Rio – na época, fornecedor da gás para a cidade – e da represa de Ribeirão das Lajes. E isso seria feito na hora do rush, o que causaria a morte de, pelo menos 10 mil pessoas – algumas estimativas calculam dez vezes mais.

Mesmo com todas as investigações realizadas posteriormente, que incluíram depoimentos de 37 testemunhas entre cabos e sargentos do esquadrão de paraquedistas, Burnier sempre negou que tivesse planejado esses atentados. Pela insubordinação, capitão “Sérgio Macaco” foi preso por 25 dias e respondeu a processos na FAB (Força Aérea Brasileira), no SNI (Serviço Nacional de Informações) e tanto na Justiça civil e respondeu a processos na FAB (Força Aérea Brasileira), no SNI (Serviço Nacional de Informações) e tanto na Justiça civil quanto na militar. Foi absolvido em todos os julgamentos.
Este era o Brasil que os golpistas de 08 de janeiro de 2023 querem de volta. Por que não vão catar coquinhos?

Siga nas redes sociais
Artigos relacionados
Skip to content