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Plantar árvores é cuidar do Planeta Terra e ser contra hidrelétricas no Rio Piranga

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Após horas de exaustivo trabalho de combate às chamas, que consumiram 90% da área de 30 hectares do Sítio Jaqueira, em Alegre, região do Caparaó, no Espírito Santo, Newton Campos, proprietário da área disse emocionado: “a cura do planeta é plantar árvores, cuidar de árvores e da floresta” A tragédia, ocorrida em setembro de 2020, não abalou sua convicção na urgência de reflorestar o planeta e a alma dos seres humanos. “Agrofloresta é a saída. Não existe outra saída para a humanidade”.
Em janeiro de 2014, tive a oportunidade de conhecer o Sítio Jaqueira a convite do engenheiro florestal Davi Sena, filho de Dominguinhos (antigo Espaço Café/Ponte Nova), que se formou no campus avançado da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), em Alegre. O projeto de Newton Campos é algo formidável: planta água em barraginhas cerca nascente e constrói casas com tijolos jogados fora de casas derrubadas; a luz do sol atravessa as paredes através das garrafas de vidro, onde moram estudantes da UFES.
Eu plantei milhares de árvores ao longo da minha vida, salvei várias que seriam cortadas porque levantavam passeios; semeei sementes que voam, como as dos ipês e aguei mudas de ararutas na horta do Passa-Cinco. Quando comecei a luta em defesa do meio ambiente, não raro, ouvia piadinhas como: “isto é coisa de viado”; “esse cara é contra o progresso”; “um idiota a mais para defender o que não precisa ser defendido”.
Mais, tarde, a guerra foi mais dura: afastar as hidrelétricas do Rio Piranga no município de Ponte Nova. Conseguimos com legislação própria em 2008 ainda alcançamos vitórias em outros municípios, pois os empreendedores queriam construir várias e como não podiam construir em Ponte Nova desistiram das outras.
Mas, volta me sentir temeroso. Com a decisão do STF (Leia na página 7), derrubando a legislação em Mato Grosso, que proibia a construção de hidrelétricas no Rio Cuiabá. A legislação de Ponte Nova é diferente, pois permite a construção desde que não seja geração de energia com o barramento do Rio Piranga.
Em 2009, o presidente Lula entrou com ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental), alegando que é de competência da União legislar sobre águas territoriais, mas a PGR (Procuradoria Geral da República/Roberto Gurgel) julgou que as leis de Ponte Nova são constitucionais, ainda em 28 de março de 2013. O pior é que o relator da matéria do Mato Grosso é o ministro do STF, Gilmar Mendes, o mesmo relator das leis de Ponte Nova.
Termino usando uma velha e surrada frase que criei em 2001:“Somos loucos, mas não somos tão poucos. Somos loucos pelo meio ambiente”.

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