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Conservadores e reacionários não têm problemas econômicos, mas temem perder o poder!

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Nos últimos anos, o debate político no Brasil parece que se desgarrou da lógica. Como explicar que, mesmo com popularidade em viés de queda, Bolsonaro mantenha entre 25% a 30% de apoiadores cativos?

O bolsonarismo é o fenômeno mais visível dessa desconstrução. No 7 de setembro, milhares em verde e amarelo foram às ruas de Brasília, São Paulo e Rio para apoiar o presidente Jair Bolsonaro, desconsiderando a desastrosa gestão do combate à pandemia de coronavírus, a alta nos preços da comida, do gás e dos combustíveis e o agravamento da crise hídrica.

Filósofo, escritor, letrista e debatedor do programa Papo de Segunda, no GNT, Francisco Bosco tem interessantes reflexões sobre o atual momento. Em tempo: Francisco Bosco é filho do cantor, músico e cantor ponte-novense João Bosco, com Ângela, que é artista plástica, especialmente com papier marché, que inspirou a letra de José Carlos Capinan, Papel Marchê, que João Bosco musicou.

Para o fervor dos bolsonaristas, Francisco Bosco argumenta que conservadores, ultraconservadores e reacionários não têm mais os problemas econômicos como principal preocupação. “Eles temem perder a hegemonia recém-conquistada do modo de vida conservador”, explica o filósofo, nessa entrevista à coluna de Chico Alves, no portal Uol on-line de domingo, 12 de setembro.

É preciso, porém, reconhecer que há turbulências no outro lado. Nos debates, parte da esquerda também adota certo grau de sectarismo, jogando no mesmo balaio qualquer grupo ideológico que não esteja integralmente alinhado com suas convicções. “Se você considera que toda tradição liberal ou que toda a tradição conservadora é um lixo, é fascista, você está caricaturando essa tradição”, diz Bosco.

Francisco Boco afirma que teremos que nos reconstruir na esfera pública, pois o debate público do Brasil está completamente envenenado. Para ele o custo psíquico da degradação da sociabilidade no Brasil está muito grande.

“A gente vai ter que reconstruir isso e evidentemente reconstruir a cidadania brasileira, porque o pacto da Constituinte, o pacto da Constituição de 1988, bem ou mal vinha sendo sacramentado por todos os governantes da redemocratização, em maior ou menor grau”, Revela Bosco.

Ele, Francisco Bosco, não acredita que o acirramento das contradições vá produzir uma situação que seria subitamente regeneradora. Isso não faz parte das suas convicções. “Eu acho que a gente está vivendo um momento tétrico, horrendo, que vai exigir do país uma reconstrução em praticamente todos os níveis da sua experiência”, encerra o filósofo, com sangue de ponte-novenses.

Francisco Bosco e o pai João Bosco lançaram um disco com letras do filósofo

(*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

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