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Perfumes Patchouli e Lancaster: magias do tempo da contracultura

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Um dos símbolos da contracultura que continua cada vez mais popular, o perfume de Patchouli cuja base é o óleo natural de Pogostemon Cablin da Indonésia, tem características incomuns, que despertam a atenção das pessoas com sua fragrância típica amadeirada, penetrante, sensual e afrodisíaca. Enquanto para alguns, seu encanto não é apreciado de imediato, é sem dúvida um perfume agradável, nostálgico e verdadeiramente significativo para inúmeras pessoas, sendo utilizado há milhares de anos.

Lembro-me bem desta época mágica quando cheguei em Ponte Nova. Lá pelas bandas da margem esquerda do Rio Piranga, precisamente na Vila Centenário. De alguns amigos da época eu me lembro: Edinho Albergaria (Tiranos), Antônio Inácio Boneca, Wandeir Maciel Miranda, Zé Renato Marques e Jerônimo, o Cabo 10 do Tiro de Guerra. Havia ainda o popular Paulinho Jornaleiro, que morava em uma casa de madeira da Rede Ferroviária Federal. Ele era cabeleireiro e vendedor de perucas.

A inconfundível fragrância do Patchouli ganhou fama na década de 70, quando era um dos perfumes mais usados naquela época entre os jovens, principalmente porque rolava um boato que o cheiro dele lembrava o da maconha, fato controverso. Interessante é a quantidade de sensações que o Patchouli provoca nas pessoas, algumas inclusive associando seu perfume ao movimento hippie e ao misticismo.

O óleo essencial (puro) de Patchouli é um dos poucos que podem ser aplicados diretamente na pele e muitas pessoas preferem usá-lo no lugar do perfume, o que deve ser feito com moderação. Algumas gotas são suficientes para manter seu aroma durante horas. Na Ásia o Patchouli é muito usado na medicina tradicional e em muitas culturas, sendo recomendado em várias doenças de pele e do couro cabeludo. Tem dois componentes antissépticos, bem como qualidade calmante.

Naquela época outro perfume despertava a atenção, mas era muito usado pela camada mais alta da sociedade. Os pobres só usavam se tivessem amigo rico. Mas, o fato é que o Lancaster era conhecido como perfume para “pegar mulher”. Elas se encantavam com o perfume e os rapazes se aproveitavam e ganhavam beijos. Às vezes na boca. Mas, mesmo como conservadorismo, o movimento beatnik fazia efeito por aqui, inclusive com algumas meninas aderindo ao amor livre.

Muitas pessoas achavam que eu era comunista e adepto do movimento beatnik, por ter comportamento e aparência pouco convencionais. Além disso, geralmente eu contestava a moral e os valores sociais estabelecidos. Pouco me lixei. Com o tempo, nem usava perfume algum, nem sabonete. Tomava banho de cachoeira e preferia o cheiro natural das mulheres. Ainda prefiro. Qual? Os dois (rssrsrsrs!). Adoro a natureza, principalmente o mato (mais rsrsrsrs!)

 

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