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Luizinho Borel faz crônica relembrando a retirada dos ipês do Guarapiranga

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O ipê-rosa morreu depois de transplantado. Seus restos mortais estão o Lixão do Sombrio

O estudante do IFMG (Instituto Federal de Minas Gerais) campus de Ponte Nova, Luizinho Borel, que participa diariamente do programa Canal Reis, contando piadas na Rádio Montanhesa AM 670 Khz, recebeu como incumbência do professor de Literatura, a construção de uma crônica e ele descreveu a vida e a morte do ipê-rosa, que foi plantado em 2003 na frente ao Hospital Arnaldo Gavazza Filho.

A crônica foi escrita pela sua colega de estudos no grupo de estudos Meninas Superpoderosas, Fernanda Coelho, que ouviu a narrativa do ipê-rosa e transcreveu. É bom lembrar que Luizinho Borel é deficiente visual e tem ainda outras complicações de saúde, mas é uma pessoa forte e decidida, sempre bem-humorado e antenado nas coisas da vida. A crônica recebeu o nome de Um Suspiro de Esperança, que segue abaixo.

“Acordar em um dia qualquer do mês de maio ou junho e, sair de casa, é pedir para se deparar com algum ipê-rosa deixando a paisagem mais colorida e aconchegante. Contudo, apreciar essas belas plantas florescerem em meio à mudança de estação, acaba despertando um sentimento de tristeza e indignação.

O ano era 2003 (17 de janeiro) e, no meio da estação das chuvas, a cidade de Ponte Nova foi assolada por uma tromba d’água que acabou inundando uma grande parte da cidade, deixando muitas pessoas desabrigadas e, interditando vias de grande circulação do município. Após esse episódio conturbado, a Prefeitura começou as obras de revitalização/ recuperação da cidade e eu, Luiz, fui um dos muitos voluntários os quais ajudaram nessas ações.

Em meio a tantas obras que estavam sendo feitas, um pé de ipê-rosa foi plantado em frente ao Hospital Arnaldo Gavazza Filho, no meio de uma das rotatórias de maior circulação de pessoas de nossa cidade, como um símbolo de que, mesmo nos momentos mais difíceis, a esperança sempre tende a prevalecer.

Após anos do incidente da tromba d’água, com a cidade totalmente recuperada e, sem muitos sinais de que algo tão ruim teria acontecido, lá estava o ipê rosa embelezando o Bairro Guarapiranga, florescendo lindamente em todos os meses de maio ou de junho, que se sucederam.

Contudo, no ano de 2019, a mesma Prefeitura, que teve a iniciativa de plantar a bela árvore no local, foi a mesma que a tirou sem mais nem menos, indo contra os pedidos de grande parte da população, que considerava aquela árvore como um dos símbolos de nossa cidade, que por quase 17 anos, acabou servindo de consolo para muitas pessoas que perderam seus entes próximo daquele lugar.

Depois de sua retirada, uma bela fonte foi construída sobre o local. Contudo, o sentimento de indignação e tristeza já estava nos corações de todos que passavam por aquele local todos os dias, além daqueles que, mesmo sendo internados no hospital tinham um vislumbre de esperança por meio de suas janelas.

Sentimento esse que se instalou nos corações de todo o mundo, com a avanço da pandemia, chegando até mesmo naquele mesmo hospital que esteve à sombra do ipê-rosa por tanto tempo. Agora, os meses de maio ou de junho deixaram de ser tão coloridos como eram antes em nossa aconchegante cidade, a qual se via toda colorida pelas cores vibrantes dos ipês, pois faltava um deles”.

Luizinho Borel fez a oralidade do fato acontecido com o ipê-rosa e Fernanda Coelho reproduziu a escrita da crônica
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