Pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Interações Planta-Praga (INCT-IPP), da UFV, descobriram que o receptor NIK1, presente na membrana das células vegetais, conecta a imunidade antiviral ao crescimento das plantas, com grande potencial para ajudar na adaptação das plantas às mudanças climáticas.As plantas, assim como humanos e animais, possuem mecanismos para perceber mudanças ambientais e ativar respostas moleculares que aumentam sua tolerância a condições adversas. O estudo, publicado na Nature Communications, revelou que o NIK1 atua coordenando a regulação da fotossíntese e da síntese de proteínas, processos essenciais para o crescimento vegetal.
Quando ativado por estresses bióticos (vírus, bactérias) ou abióticos (seca, calor), o NIK1 estimula os repressores de transcrição RPL10 e LIMYB, que reprimem genes ligados à tradução proteica e à fotossíntese. Isso reduz o consumo e a produção de energia, evitando estresse oxidativo e permitindo melhor adaptação ao ambiente hostil.A professora Elizabeth Fontes destaca que o NIK1 funciona como um ponto central de sinalização, integrando sinais de múltiplos estresses e regulando o crescimento das plantas para garantir maior resistência e recuperação após eventos prolongados de estresse.
Este avanço abre caminhos para o desenvolvimento de plantas mais resistentes às condições extremas previstas pelas mudanças climáticas, garantindo produtividade agrícola e segurança alimentar. Pesquisas futuras focam na identificação de outros receptores que atuam em conjunto com o NIK1 para aumentar a tolerância a estresses específicos. O estudo recebeu apoio do CNPq e da Fapemig, e o INCT-IPP, sediado no Bioagro da UFV, será homenageado pela Fapemig pelo impacto social de seus projetos.