A Comissão de Meio Ambiente da 7ª Subseção da OAB de Ponte Nova marcou para o 05 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, a partir das 18h30min, no auditório localizado na Avenida Caetano Marinho, 223 – Centro Histórico, um debate sobe a Conservação do Rio Piranga e do Surubim-do-Doce.
A programação chega em um momento tenso para o Meio Ambiente, uma vez que no início deste mês de maio, o plenário do STF (Superior Tribunal Federal) derrubou as leis 3.224 e 3.225, ambas de 2028, que impediam a construção de hidrelétricas, com barragens, no Rio Piranga, no território de Ponte Nova. Em 2009, a Folha de S. Paulo publicou em seu caderno de Ciências uma matéria jornalística que questiona a construção de hidrelétricas no Rio Piranga.
O repórter Reinaldo José Lopes ouviu, na ocasião, o professor e biológico Jorge Dergam, da Universidade Federal de Viçosa. Ele disse naquela data: “se a obra de ampliação da Pequena Central Hidrelétrica localizada na comunidade rural do Brito, PCH Brito, for adiante será apenas uma questão de tempo até que o surubim-do-doce suma do mapa”. O bicho em questão é o surubim-do-doce, um peixe de couro que pode ultra passar os 20 kg e chegar a 01 (um) metro de comprimento.
Como o nome popular do animal indica, ele já foi comum em toda a Bacia Hidrográfica do Rio Doce, da qual é endêmico: ou seja, existe só nesses rios e em nenhum outro lugar. Atualmente pesquisadores localizaram dragas de ouro operando em um dos poucos refúgios naturais desse predador aquático, que pode chegar 01 (um) metro e pesar até 20 quilos. A destruição do habitat é a principal ameaça da espécie e as dragas destroem o fundo dos rios onde o surubim-do-doce vive e contaminam o ecossistema aquático.
A mineração da areia também pode liberar contaminantes na água, mover os sedimentos do rio e destruir as áreas de refúgio. A pesca predatória e as mudanças no habitat também são fatores que agravam essa situação, restringindo a presença do peixe a apenas 03 (três) áreas na bacia: no Rio Piranga, nas cidades de Ponte Nova e Guaraciaba; no município de Ferros, no Rio Santo Antônio, e em Aimorés, no Rio Manhuaçu.