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Tamires Freitas: uma ponte-novense na arbitragem da Federação Mineira de Futebol

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A ponte-novense Tamires Alves Freitas de 34 anos, formada em Direito pela UFOP, (Universidade Federal de Ouro Preto) e estudante de educação física na mesma instituição, é árbitra da Federação Mineira de Futebol. Seus pais José Gomes de Freitas e Márcia Alves de Freitas moram há muitos anos na Vila Centenário, onde o avô, “Mário da Areia”, tinha uma draga em frente à residência para tirar areia no Rio Piranga. Há quase 16 anos, desde quando cursava Direito ela mora em Ouro Preto, local onde casou-se com o advogado Hélio Teixeira.

Tamires iniciou o curso de arbitragem em março de 2021 pela Federação Mineira de Futebol, na Escola Mineira de Arbitragem Márcio Rezende de Freitas. O curso teve duração de 06 (seis) meses e carga horária de 230 horas, dividido em módulos referentes ao estudo aprofundado das regras, além de legislação desportiva, primeiros socorros, nutrição, expressão oral e escrita, súmulas, sob intensa preparação física e psicológica.

 

Entre as linhas que delimitam o estádio Tamires Freitas busca sua meta: não errar!

Na semana passada, Tamires Alves Freitas concedeu entrevista exclusiva para o Líder Notícias quando foi sabatinada pelo repórter Diego Siman, responsável pela cobertura junto aos órgãos de segurança pública.

Líder Notícias – O que te levou a fazer o curso de arbitragem?
Tamires Freitas – A minha paixão pelo futebol existe desde sempre! E a vontade de estar ainda mais envolvida nesse esporte foi determinante para que eu decidisse pelo curso de arbitragem.

Líder Notícias – Já praticava algum esporte antes?
Tamires Freitas – Sim, como eu disse, a “bola no pé” sempre fez parte da minha vida. Geralmente eu jogava futsal.

Líder Notícias – Você acha que as mulheres vêm ganhando o espaço nessa área dentro do futebol e outros esportes?
Tamires Freitas – Sim, sem dúvidas! Certamente esse espaço vem crescendo ao longo dos anos, graças à atuação brilhante dessas profissionais. Entretanto, no futsal há uma quantidade maior de mulheres arbitrando pelas suas federações estaduais, se comparado às árbitras e assistentes que atuam no futebol de campo. Atualmente, em Minas Gerais, somos 30 mulheres nos quadros da FMF e contamos com a árbitra Andreza Helena Siqueira e a assistente Fernanda Nândrea Gomes Antunes, ambas integrantes do quadro internacional da FIFA.

 

Atenção absoluta em cada movimento do jogador que está em campo

Apesar dos resquícios de preconceito e uma árdua luta para superá-lo, temos que enaltecer a árbitra Edna Alves e a assistente Neuza Back. Esta última considerada atualmente a melhor árbitra assistente do mundo, relacionada entre as árbitras que atuarão na Copa do Mundo de futebol masculino deste ano.

Líder Notícias – O que você espera para o futuro da arbitragem nacional com as mulheres?
Tamires Freitas – Às mulheres da arbitragem, espero um futuro brilhante! Aliás, o futuro começa agora, na Copa do Mundo de 2022, que terá, pela primeira vez na história, árbitras apitando os jogos. A ocupação das mulheres na arbitragem aguarda um crescimento exponencial, sobretudo pelas recentes conquistas da nossa seleção feminina e das demais entidades de prática desportiva, já que os clubes brasileiros da Série A têm a obrigatoriedade de manter times femininos, adulto e de base, os quais vêm disputando diversos campeonatos. Esses fatos recentes, sem dúvida, contribuem para repercutir a figura feminina no futebol, seja em qualquer de suas formas: atleta, torcedora, árbitra, treinadora, dirigente e até analista de arbitragem, como a ex-assistente FIFA, Janette Mara Arcanjo, natural de Ipatinga/MG, da qual tive o privilégio de ser aluna no curso.

Líder Notícias – Já atuou em quantas partidas no comando da arbitragem/bandeirinha ou auxiliar?
Tamires Freitas – Pela Federação, iniciei em 27 de março deste ano, no Campeonato Feminino – SFAC e atuei em 07 jogos, além de 03 jogos do Campeonato Mineiro Amador. Mas, além disso, atuo em jogos do Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de Minas Gerais – SAMG, das Ligas de Ouro Preto e Itabirito, bem como nos campeonatos do IMEF – Instituto Mineiro das Escolas de Futebol, em jogos nos quais participam os times de base do América, Atlético e Cruzeiro, além de jogos amistosos na região. Tenho jogos em todos os finais de semana e em cada partida eu me fortaleço mentalmente e aprendo mais.

Um conselho que dou às mulheres que amam futebol: sigam os sonhos e busquem inspiração em outras mulheres, como eu fiz! Encontrem amizades que sejam incentivadoras, assim como eu encontrei a Karian Baeta, referência da arbitragem feminina em Itabirito e também integrante da FMF com atuação já no profissional e com quem tive o privilégio de trabalhar. Apesar dos obstáculos, o caminho é recompensador. E nós somos fortes.

 

Com a “bola no pé”, na hora do lazer, Tamires Freitas esquece o sufoco que passa nas partidas que apita
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