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O reverso da Lista de Schindler

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Oskar Schindler (1908-1974) era membro do Partido Nazista Alemão durante a Segunda Guerra Mundial. Atuava como espião e transitava junto ao alto comando de Hitler. Pela influência, o industrial utilizava mão de obra judia para mover sua indústria. Na convivência com homens, mulheres e crianças que ele atraia através de listas falsas, Schindler foi tocado pela inocência do povo condenado sumariamente nos campos de concentração. Com sua proteção, a história contabilizou mais de 1.200 judeus salvos da morte pelas manobras de Oskar. Ele trocou a ganância pela vida de inocentes. Fez história.
No Brasil temos duas listas. Uma delas é o reverso da “Lista de Schindler”, aquela que liberta acusados em nome da cumplicidade e dos interesses de grupos. O primeiro da lista é o ex-ministro Geddel Vieira Lima que foi surpreendido com 51 milhões de reais em malas num apartamento em Salvador (2017). Foi absolvido por “falta de evidências”. Já os irmãos Batista (Joesley e Wesley) fizeram delação premiada na Lava Jato contra o ex-presidente Temer. O estrago veio no dia seguinte que ficou conhecido na Bolsa de Valores como “Joesley Day”. O efeito foi a maior queda do Ibovespa desde a crise de 2008 e a maior alta do dólar em 14 anos. Os irmãos Batista e a holding J&F eram acusados de “Insider trading” com papéis da JBS. A acusação apontou ainda de que teria ocorrido ganho indevido de R$ 72,9 milhões por parte dos controladores na venda de mais de 36 milhões de ações da JBS em posse da holding dos Batista.
Michel Temer foi acusado de comandar a corrupção na Petrobras por mais de 40 anos. Aécio Neves foi gravado pedindo mais de 02 milhões de reais para gastos de campanha. A condenação de Eduardo Cunha foi anulada. Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT foi beneficiado (STJ) por ser a 13ª Vara Federal de Curitiba incompetente. José Dirceu foi condenado pela Lava Jato por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Está em liberdade e responde só pela passiva.
Luiz Fernando Pezão, ex-governador fluminense, foi condenado pela Laja jato a 99 anos de prisão. Recurso no TRF-2 resultou na anulação integral da pena. Também o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, teve uma de suas muitas sentenças anulada. Foi condenado pelo juiz Sérgio Moro, depois considerado parcial ao julgar o caso do recebimento de suposta propina pelo ex-governador. Há um ano, a pena de Cabral era de 425 anos.
Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e Petrobras, teve a condenação inicial revista com pena reduzida. Henrique Eduardo Alves, ex-ministro de Dilma e Temer, também teve outras decisões da Lava Jato revertidas. No processo de cassação de Dilma Rousseff, Renan Calheiros contrariou a Constituição Federal e não cassou os direitos políticos. Disse ao ler a sentença: “não sejamos maus”. A turma do Consórcio Nordeste para combate a COVID-19, formada por governadores e presidido por Rui Costa do PT, passou imune na CPI da COVID-19 no Congresso. R$ 48 milhões por 300 respiradores que nunca foram entregues.
Até prova em contrário, todos inocentes. Assim se escreve a história. Não sei como as contarei para meus netos.

 

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